Sobre o imbróglio da Escola de Tempo Integral no Maria Queiroz
A direção e toda
comunidade escolar, da Escola Estadual Professora Maria Queiroz, localizada no bairro
de Felipe Camarão, recebeu com surpresa mais uma investida da SEEC, em tentar
implantar em 2023, a Escola de Tempo Integral (ETI) para o Ensino Médio. A
escola atende uma demanda gigantesca no bairro, durante os três turnos, com 11
turmas de fundamental II no matutino; no vespertino, fundamental II e Ensino Médio;
além de 10 turmas de Ensino Médio no noturno, totalizando cerca de 1200 alunos
nos três turnos. Com a imposição da ETI esse número se resumiria, no máximo, a
300 alunos. E os demais estudantes e professores com vínculo no Estado e
município seriam expulsos da escola. Gerando um problema social imenso, visto que,
em Felipe Camarão, não há escolas suficientes para absorver a quantidade de
alunos expulsos e professores, além de aumentar as distâncias que os estudantes
excluídos terão de percorrer para estudar.
A direção do SINTE-RN deve convocar uma assembleia urgente para que o conjunto dos trabalhadores em educação se oponha a essa investida do governo e organize a luta
Diante da ofensiva
da secretaria, na segunda quinzena de setembro, o conselho se reuniu à noite na
escola, junto com toda a comunidade escolar, com representantes de professores,
pais, alunos e funcionários, para decidir o futuro da escola do bairro. Muitos
dos presentes expuseram a razão de não aceitarem a ETI, seja pela falta de
escolas no bairro, pela dificuldade de os professores serem alocados em tempo
integral, já que a maioria tem vínculos com o município. Alguns pais até
falaram que seus filhos ficariam sem estudar, por não terem condições de
pagarem passagem para os filhos estudarem em outros bairros da região.
O resultado da reunião
foi a rejeição total da Escola em Tempo Integral, registrado em ata e todos os
presentes assinaram. E depois a gestão encaminhou a Secretaria de educação.
Contudo, sabemos que a via institucional do Conselho não é suficiente. Deve-se
aproveitar a presença de toda a comunidade para organizar uma verdadeira
oposição à ETI, caso o governo passe por cima da decisão coletiva da comunidade
escolar. Além disso, a ameaça da secretaria é que 50% das escolas do estado
serão, em alguns anos, de ensino integral, o que mostra que a luta não pode
restringir-se apenas a uma escola, mas deve se generalizar para todo o estado.
A direção do SINTE-RN deve convocar uma assembleia urgente para que o conjunto
dos trabalhadores em educação se oponha a essa investida do governo e organize
a luta para barrar esse ataque contrário à vida da juventude oprimida e seus
familiares, que precisam de trabalho e de estudo.
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