27/01/2023

Luta contra a imposição da ETI no RN

 Sobre o imbróglio da Escola de Tempo Integral no Maria Queiroz

11 de dezembro de 2022, Boletim CPE nº 19

A direção e toda comunidade escolar, da Escola Estadual Professora Maria Queiroz, localizada no bairro de Felipe Camarão, recebeu com surpresa mais uma investida da SEEC, em tentar implantar em 2023, a Escola de Tempo Integral (ETI) para o Ensino Médio. A escola atende uma demanda gigantesca no bairro, durante os três turnos, com 11 turmas de fundamental II no matutino; no vespertino, fundamental II e Ensino Médio; além de 10 turmas de Ensino Médio no noturno, totalizando cerca de 1200 alunos nos três turnos. Com a imposição da ETI esse número se resumiria, no máximo, a 300 alunos. E os demais estudantes e professores com vínculo no Estado e município seriam expulsos da escola. Gerando um problema social imenso, visto que, em Felipe Camarão, não há escolas suficientes para absorver a quantidade de alunos expulsos e professores, além de aumentar as distâncias que os estudantes excluídos terão de percorrer para estudar.

A direção do SINTE-RN deve convocar uma assembleia urgente para que o conjunto dos trabalhadores em educação se oponha a essa investida do governo e organize a luta

Diante da ofensiva da secretaria, na segunda quinzena de setembro, o conselho se reuniu à noite na escola, junto com toda a comunidade escolar, com representantes de professores, pais, alunos e funcionários, para decidir o futuro da escola do bairro. Muitos dos presentes expuseram a razão de não aceitarem a ETI, seja pela falta de escolas no bairro, pela dificuldade de os professores serem alocados em tempo integral, já que a maioria tem vínculos com o município. Alguns pais até falaram que seus filhos ficariam sem estudar, por não terem condições de pagarem passagem para os filhos estudarem em outros bairros da região.

O resultado da reunião foi a rejeição total da Escola em Tempo Integral, registrado em ata e todos os presentes assinaram. E depois a gestão encaminhou a Secretaria de educação. Contudo, sabemos que a via institucional do Conselho não é suficiente. Deve-se aproveitar a presença de toda a comunidade para organizar uma verdadeira oposição à ETI, caso o governo passe por cima da decisão coletiva da comunidade escolar. Além disso, a ameaça da secretaria é que 50% das escolas do estado serão, em alguns anos, de ensino integral, o que mostra que a luta não pode restringir-se apenas a uma escola, mas deve se generalizar para todo o estado. A direção do SINTE-RN deve convocar uma assembleia urgente para que o conjunto dos trabalhadores em educação se oponha a essa investida do governo e organize a luta para barrar esse ataque contrário à vida da juventude oprimida e seus familiares, que precisam de trabalho e de estudo.

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