12/08/2025

A precarização da educação pública por meio do contrato temporário

Nos últimos anos, o governo Fátima (PT/MDB) elevou consideravelmente a contratação de professores temporários. Estima-se que o número de trabalhadores nessa situação chega a 5900 no estado do RN. Esse movimento acompanha uma tendência nacional dos governos em substituir o concurso público de efetivos pela contratação de professores substitutos. Nos últimos contratos, o governo aumentou o tempo de validade contratual, passando de um ano (prorrogável por mais um ano) para dois anos (prorrogável por mais dois anos).

Em contraposição, em dois mandatos, o governo realizou apenas um concurso público para professores efetivos, com pouquíssimas vagas, servindo apenas para acenar ao eleitorado que fez alguma coisa. Porém, o que se verifica é um processo de precarização cada vez mais acentuado da educação pública e das condições de vida desses trabalhadores.

O atraso no pagamento do 13º salário de 2024 e do terço de férias deste ano apontam como a precarização toma a forma de discriminação entre efetivos e temporários, sendo estes últimos os que arcam com maior peso da exploração, apesar de a situação dos efetivos e do conjunto dos trabalhadores em educação (terceirizados, funcionários de escola etc.) também ser precária.

Nesse conjunto de ataques à educação pública, não pode haver espaço para o corporativismo, isto é, para a divisão dos trabalhadores em educação. O que se tem visto, porém, é a direção do Sinte-RN separando a luta dos temporários da luta dos efetivos; da luta dos funcionários e dos terceirizados da luta dos professores. Trata-se de um grande erro, que tem como resultado o enfraquecimento dos trabalhadores em educação como um todo. É necessário a construção da unidade entre efetivos, temporários, funcionários, terceirizados, estudantes e pais, a fim fortalecer cada setor explorado na luta contra a precarização.

É parte dessa unidade a incorporação dos temporários na base de filiados do sindicato, por meio da inclusão no Estatuto do Sinte-RN, o que fortalece a luta para que todos os professores temporários sejam efetivados e tenham os mesmos direitos e a estabilidade que possuem os professores efetivos.

A Corrente Proletária na Educação defende que os sindicatos e movimentos, que atuam e lutam na educação pública, precisam organizar a luta unitária contra a precarização da escola pública, como parte de uma luta nacional. Pois o problema da contratação temporária – e de outras formas de precarização dos trabalhadores em educação – afeta muitos estados brasileiros.

As reivindicações mais elementares, como salário e condições de trabalho, é o ponto de partida para a construção da unidade contra a exploração do trabalho. Trata-se de lutar concretamente pela efetivação, sem concurso público, dos professores temporários e dos trabalhadores terceirizados. Dessa luta, emerge o programa revolucionário em defesa do emprego a todos, com escala móvel de trabalho e de reajuste automático, com salário mínimo vital, que seja suficiente para sustentar uma família trabalhadora (o Dieese calcula que o salário necessário deveria ser, em junho de 2025, R$ 7.416,07).

Que o governo Fátima pague todos os direitos a todos professores temporários!

Construir a luta unitária entre efetivos e temporários!


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