21/08/2024

Abaixo a intervenção da Justiça no salário dos professores!

O Tribunal de Justiça do RN acatou o pedido do Ministério Público e suspendeu o pagamento do Piso salarial dos professores de 2023, que estava sendo pago de forma parcelada (em 19 vezes, das quais apenas duas parcelas foram pagas). Trata-se de um ataque sem precedentes contra o magistério estadual, uma vez que o Ministério Público questiona direitos básicos dos trabalhadores em educação.

O que o Ministério Público questiona?

·  O MP questiona o reajuste automático do Piso, que é uma pauta básica da categoria, mas nunca cumprida pelos governos. Trata-se de uma tentativa de legalizar o que já vem ocorrendo na prática, que é nunca reajustar automaticamente o Piso dos professores, que sempre precisam organizar uma luta para que o governo pague o que é de direito.

· O MP também se contrapõe à repercussão do reajuste do Piso na carreira do magistério, o que configura um grave atentado às condições mais básicas de qualquer trabalhador. Esse ataque afeta tanto ativos, quanto os inativos.

Essa intervenção da justiça burguesa contra os trabalhadores visa disciplinar os governos locais em prol do estrangulamento orçamentário. A burguesia brasileira pouco se importa com as condições de vida dos trabalhadores. A educação pública e, com ela, o salário dos professores, a estrutura das escolas e o orçamento para a educação são um peso para a classe dominante nacional. Por isso, o simples e básico reajuste de Piso salarial de qualquer categoria dos trabalhadores está em contradição com a política de austeridade burguesa. O que o MP e a TJ-RN estão fazendo contra os trabalhadores em educação nada mais é do que a aplicação dessa política.

Vê-se que o governo Fátima também tem aplicado uma política de austeridade aos parcelar o reajuste dos Pisos e ao manter a estrutura das escolas sucateadas, mas para a burguesia e seus agentes, mesmos esses ataques do governo estadual ainda não são suficientes. É preciso ir adiante na política de arrocho salarial contra os trabalhadores. O governo de frente ampla de Lula/Alckmin já aplica o arrocho salarial aos servidores federais, mantendo fielmente o pagamento da dívida pública, que drena o orçamento nacional. Por isso, a justificativa da justiça de “ausência de dotação orçamentária” para suspender o pagamento do Piso deve ser rechaçada pelos trabalhadores e respondida também com a luta contra o pagamento da dívida pública.

A via da judicialização é uma saída?

É preciso entender que a via burocrática e jurídica é o campo do Estado burguês, contrário às necessidades dos trabalhadores. Por isso, não se pode ter nenhuma ilusão de que seja possível vencer por esse caminho, que deve ser entendido apenas como uma via auxiliar, e não como o método fundamental de luta dos trabalhadores.

Os trabalhadores devem responder com a luta direta, organizada e unitária. Trata-se de um grande combate, que requer uma organização à altura para enfrentar esse ataque podre da justiça burguesa. É preciso que os trabalhadores em educação formem uma unidade com os aposentados e demais oprimidos da comunidade escolar, como estudantes, pais e funcionários para erguer um grande movimento em defesa da educação pública, pela manutenção do Piso salarial dos professores, inclusive na carreira. O método da Ação Direta, com atos de rua e paralisações, é o meio pelo qual historicamente os trabalhadores podem conquistar seus direitos.

Abaixo a intervenção da justiça no salário dos professores!

Que se cumpra integralmente a Lei do Piso!

Organizar a resistência com os métodos próprios de luta!



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