Após
a greve dos trabalhadores em educação no início de 2023, o governo Fátima (PT/MDB)
aproveitou o descenso da luta para impor o pagamento da greve. Criou-se um
“calendário de greve” no qual obrigava os professores grevistas a trabalharem
durante as férias de janeiro, atentando flagrantemente contra o direito basilar
de férias. Naquele momento, estava colocada a resistência e organização dos
lutadores contra essa medida autoritária e ilegal do governo.
No
entanto, a direção estadual do SINTE nada fez para organizar a resistência, de
modo que a luta contra a imposição do calendário se deu atomizada no interior
de cada escola, a depender da correlação de forças contra os diretores de
escola, que repassavam o ataque. Desamparados, muitos professores grevistas não
conseguiram organizar a resistência pela derrubada integral do calendário de
greve e, no fim das contas, acabaram tendo que ceder e enviar propostas de um
calendário alternativo.
Em
muitas escolas, o governo simplesmente rejeitou as propostas de calendário
alternativo, mantendo o “seu” calendário. Nota-se que o governo estava
determinado de que era importante politicamente punir os professores lutadores,
uma vez que o governo Fátima já passou por três greves em seus mandatos, e que
era necessário barrar os instintos de revolta dos trabalhadores. Isso só pôde
acontecer por meio de métodos autoritários.
A
direção estadual do sindicato (PT) negou-se a convocar assembleias para
discutir uma solução coletiva em defesa dos grevistas e contra a punição ao
direito de lutar, numa declaração escancarada de conciliação com o governo
Fátima contra os interesses dos trabalhadores. Diante disso, a corrente
Proletária tentou, por meio das escolas de SGA e do núcleo SGA/Muda SINTE,
organizar uma assembleia para pressionar a direção do SINTE/RN, e propôs também
que todas as regionais de oposição tentassem o mesmo. Porém, a direção do
núcleo não acatou a sugestão.
Chama
a atenção o fato de que a governadora Fátima, que pune a categoria por lutar,
tem as suas origens no próprio movimento sindical do magistério, o que deixa
mais claro o seu viés autoritário e contrário aos interesses dos trabalhadores
em educação ao ignorar qualquer proposta contrária ao “calendário de greve”
imposto. A inércia e, portanto, conivência da direção do sindicato contribuiu
para sufocar a resistência dos professores contra o pagamento da greve, pois
evitou a centralização da luta em assembleia, o que garantiria a unidade contra
as investidas autoritárias do governo.
A
lição que fica para os trabalhadores em educação é a caracterização de que o
governo Fátima é um governo burguês, de modo que não se pode esperar nada desse
governo nem de qualquer outro, seja mais à direita ou mais à esquerda.
Pelo
Direito Irrestrito de Greve!
Nada
de pagamento de greve!
Em
defesa do direito elementar das férias!
Abaixo
o autoritarismo do governo Fátima (PT/MDB)!