29/01/2024

Governo Fátima (PT/MDB) pune os trabalhadores em educação que fizeram greve

Após a greve dos trabalhadores em educação no início de 2023, o governo Fátima (PT/MDB) aproveitou o descenso da luta para impor o pagamento da greve. Criou-se um “calendário de greve” no qual obrigava os professores grevistas a trabalharem durante as férias de janeiro, atentando flagrantemente contra o direito basilar de férias. Naquele momento, estava colocada a resistência e organização dos lutadores contra essa medida autoritária e ilegal do governo.

No entanto, a direção estadual do SINTE nada fez para organizar a resistência, de modo que a luta contra a imposição do calendário se deu atomizada no interior de cada escola, a depender da correlação de forças contra os diretores de escola, que repassavam o ataque. Desamparados, muitos professores grevistas não conseguiram organizar a resistência pela derrubada integral do calendário de greve e, no fim das contas, acabaram tendo que ceder e enviar propostas de um calendário alternativo.

Em muitas escolas, o governo simplesmente rejeitou as propostas de calendário alternativo, mantendo o “seu” calendário. Nota-se que o governo estava determinado de que era importante politicamente punir os professores lutadores, uma vez que o governo Fátima já passou por três greves em seus mandatos, e que era necessário barrar os instintos de revolta dos trabalhadores. Isso só pôde acontecer por meio de métodos autoritários.

A direção estadual do sindicato (PT) negou-se a convocar assembleias para discutir uma solução coletiva em defesa dos grevistas e contra a punição ao direito de lutar, numa declaração escancarada de conciliação com o governo Fátima contra os interesses dos trabalhadores. Diante disso, a corrente Proletária tentou, por meio das escolas de SGA e do núcleo SGA/Muda SINTE, organizar uma assembleia para pressionar a direção do SINTE/RN, e propôs também que todas as regionais de oposição tentassem o mesmo. Porém, a direção do núcleo não acatou a sugestão.

Chama a atenção o fato de que a governadora Fátima, que pune a categoria por lutar, tem as suas origens no próprio movimento sindical do magistério, o que deixa mais claro o seu viés autoritário e contrário aos interesses dos trabalhadores em educação ao ignorar qualquer proposta contrária ao “calendário de greve” imposto. A inércia e, portanto, conivência da direção do sindicato contribuiu para sufocar a resistência dos professores contra o pagamento da greve, pois evitou a centralização da luta em assembleia, o que garantiria a unidade contra as investidas autoritárias do governo.

A lição que fica para os trabalhadores em educação é a caracterização de que o governo Fátima é um governo burguês, de modo que não se pode esperar nada desse governo nem de qualquer outro, seja mais à direita ou mais à esquerda.

A Corrente Proletária considera que é preciso construir uma fração revolucionária entre os trabalhadores em educação, para organizar uma oposição sindical à altura, a fim de retomar o SINTE como um instrumento de organização independente e de luta dos trabalhadores.

Pelo Direito Irrestrito de Greve!

Nada de pagamento de greve!

Em defesa do direito elementar das férias!

Abaixo o autoritarismo do governo Fátima (PT/MDB)!

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