Esta é a política da principal entidade nacional
dos trabalhadores em educação que, em nota publicada no site da CUT, não move
uma crítica sequer ao governo federal, ao lavar as mãos sobre a luta por uma
campanha salarial independente da lei do Piso. Consequentemente, os
trabalhadores ficam atomizados e restritos a lutas localizadas, sem uma unidade
nacional em defesa das condições de vida dos trabalhadores.
Há muito que os trabalhadores em educação estão
condicionados pelas direções sindicais e pela CNTE em substituir as campanhas
salariais independentes e democráticas pelo repasse do Piso.
No entanto, a experiência mostra que, quando o movimento substitui a campanha salarial independente pelo pagamento do Piso, acaba limitando as conquistas dos trabalhadores e inibindo a própria categoria decidir, em assembleias democráticas, o seu percentual próprio de reajuste salarial.
Essa limitação tem sido danosa para o movimento, pois a atualização do Piso sempre esteve aquém das necessidades dos trabalhadores e sua família, uma vez que o cálculo do Piso sofre as variáveis da política econômica burguesa. Um exemplo disso foi o ano de 2021, quando o reajuste foi zero, assim como este ano, por estar abaixo da inflação.
Muitos prefeitos e governadores já estão instrumentalizando o baixo percentual do Piso como objeto de politização para as campanhas às eleições burguesas deste ano, prometendo repassar um pouco acima do percentual mínimo, para venderem-se como políticos comprometidos com a educação. Muitos sequer repassaram integralmente os percentuais de 2022 (33,24%) e 2023 (14,95%), como é o caso do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos).
A Corrente Proletária na Educação (CPE/POR) luta por formar uma fração revolucionária no seio da educação básica, para organizar os trabalhadores na conquista dos direitos elementares. Por isso, a Corrente Proletária defende que os sindicatos e centrais sindicais organizem uma luta nacional por:
- Salário Mínimo Vital, suficiente para manter as condições básicas de uma família trabalhadora (o DIEESE calcula que o salário mínimo deveria ser R$ 6.439,62);
- Reajuste automático dos salários, de acordo com o custo de vida;
- Emprego a todos;
- Redução da jornada sem redução salarial (escala móvel das horas de trabalho);
- Estabilidade no emprego;
- Fim da terceirização, efetivação imediata de todos os trabalhadores terceirizados.
No caso dos trabalhadores em educação, é importante que a direção estadual do SINTE, em unidade com os demais núcleos e regionais, convoque as assembleias para organizar a campanha salarial independente e democrática da categoria, como primeiro passo na organização da luta em defesa das condições básicas dos trabalhadores.
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